Saiba o que é o Marco Zero de Brasília, redescoberto no Buraco do Tatu

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Escondido sob o antigo pavimento de concreto do Buraco do Tatu – passagem que na intersecção entre o Eixo Rodoviário e o Eixo Monumental –, o Marco Zero de Brasília foi redescoberto nessa quarta-feira (31/7), por equipes do Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF). Agora, o símbolo do surgimento da cidade receberá o devido reconhecimento e entrará para lista de pontos turísticos da capital federal.

Estabelecer o Marco Zero na construção de uma cidade é o mesmo que definir o ponto a partir do qual tudo será referenciado. Além disso, todos os componentes da urbanização de Brasília são espacialmente definidos e calculados a partir desse ponto irradiador.

Definido pelo arquiteto Joffre Mozart Parada em 20 de abril de 1957, a “estaca zero” permitiu que os projetos urbanísticos desenhados pelo arquiteto Lucio Costa saíssem do papel e dessem vida a Brasília.

“A estaca zero é um patrimônio histórico de extrema importância para nossa cidade e para a história do Brasil. Nas rodovias, a principal forma de localização são as placas correspondentes aos marcos quilométricos. Por exemplo: quando vemos uma placa com a indicação Km 75, aquele ponto da rodovia está situado a exatos 75 quilômetros do marco zero [de uma cidade]”, destacou Fauzi Nacfur Júnior, presidente do DER-DF.

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Marco Zero de Brasília terá marcação no concreto da via e na parede e proteção contra pichações

Joel Rodrigues/ Agência Brasília

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Operários encontraram o ponto durante as obras

Reprodução/ TV Globo

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Estaca Zero do DF

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Em 20 de abril de 1957, o engenheiro e topógrafo Joffre Mozart Parada, então chefe da equipe de topografia da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), fincou no solo do Cerrado, na antiga Fazenda Bananal, o Marco Zero, cruzamento dos eixos rodoviário e monumental, a partir de onde Brasília começou a ser erguida

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O traçado de estacas entre o Cruzeiro e a Estaca Zero uniu a primeira cruz plantada na nova capital

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Exatamente na Estaca Zero, no encontro dos Eixos Rodoviário e Monumental, iria ser construída a Rodoviária do Plano Piloto

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Buraco do Tatu

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Joel Rodrigues/ Agência Brasília

Restauração

O ponto de partida, que atualmente fica no meio de uma das principais vias de Brasília, também vale para demarcação da quilometragem das vias distritais e serve como referência para cálculos usados na construção de praças, jardins, tesourinhas e das asas Norte e Sul de Brasília, segundo levantamento do Arquivo Público do Distrito Federal (ArPDF).

Da mesma forma que operários ficaram responsáveis por erguer a cidade, eles também foram os responsáveis por tirar esse ponto do esquecimento, 64 anos depois da inauguração da capital do país.

O Marco Zero de Brasília, representado por um disco de metal cravado no solo, manteve-se por anos encoberto por uma placa de concreto, sem dar qualquer pista de que era ali onde se escondia o coração da capital federal. Isso até a última quarta-feira (31/7), quando ele foi encontrado pelas equipes da DER-DF durante obras de restauração do pavimento asfáltico do Buraco do Tatu. A intervenção havia começado em 1º de julho de 2024.

Agora, o ponto de partida ficará marcado no solo e nas paredes do Buraco do Tatu, que serão, inclusive, protegidas contra pichações.

Trânsito

Já as obras de restauração do pavimento asfáltico em concreto do Buraco do Tatu – passagem de 700 metros que liga os eixos rodoviários Norte e Sul, no Plano Piloto, terminaram na quarta-feira (31/7). O trânsito no túnel foi liberado para veículos nesta quinta-feira (1º/8), às 9h30.

Diariamente, cerca de 150 mil motoristas passam pela área. Nos domingos e feriados, a passagem – assim como o restante do Eixo Rodoviário – fica fechada para veículos das 6h às 18h, devido ao Eixão do Lazer.

O pavimento original do Buraco do Tatu, que data da época da construção de Brasília, estava degradado em virtude dos 60 anos de uso e da vida útil ultrapassada. As obras de recuperação asfáltica custaram R$ 2 milhões.

Com informações da Agência Brasília

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