Em posse, Nunes diz que ideologia não pode se sobrepor ao dia a dia

São Paulo – O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), reeditou nesta quarta-feira (1º/1) frases de seu antecessor, Bruno Covas (PSDB), em seu discurso de posse e também agradeceu ao seu principal aliado político, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Nunes discursou por cerca de 30 minutos no plenário da Câmara Municipal, logo após ser empossado para o segundo mandato junto com seu vice, o coronel Mello Araújo (PL), e os 55 vereadores eleitos em outubro do ano passado.
“Há exatamente quatro anos, exatamente desta mesma tribuna, daqui São Paulo ouviu: não há tempo para personalismos e arrogâncias. São Paulo é maior e mais importante do que qualquer um de nós. São é maior que todos. A ideologia nunca pode ser mais importante do que o dia a dia”, disse Nunes, lembrando do discurso de posse de Covas, há quatro anos.
O emedebista assumiu em 2021 após a morte de Covas, a quem fez homenagens no seu discurso. “Confesso que assumir a prefeitura naquelas circunstâncias, perdendo um amigo e um exemplo, foi um momento de dor e de tristeza”, afirmou, referindo-se ao ex-prefeito que morreu em decorrência de um câncer como “um símbolo do que a vida pública pode ter de melhor”.
Após a morte de Covas, ele manteve políticos que lembravam o perfil do ex-prefeito, mais ao centro. Reeleito, trouxe representantes do conservadorismo à sua gestão e se espelha no governo de Tarcísio no ímpeto privatista e linha-dura na segurança.
Ele também agradeceu Tarcísio de Freitas, a quem se referiu como um “grande amigo”. “Agradeço pelo que superamos e pelo que temos motivos para celebrar. O governador não compareceu na cerimônia de posse porque viajou com a família de férias para os Estados Unidos.
Nunes tem demonstrado gratidão a Tarcísio por apoiá-lo em momentos críticos na campanha. Bolsonaro, que apoiou timidamente Nunes naquele período, foi lembrado em apenas um breve agradecimento em relação à indicação do coronel Mello Araújo (PL) para vice de sua chapa.
O prefeito elencou uma série de realizações de sua gestão, disse que seu compromisso “não é com obras faraônicas”, e sim “cuidar das pessoas”, e pregou diálogo nas disputas ideológicas para a pacificação do país.
“Solução e resolução de impasses, o Brasil precisa ser pacificado consigo mesmo. Onde reina o trabalho, não reina a discórdia. Onde reina colaboração, não reina divisão. Onde reina propósito, não reina o confronto”, afirmou.
O prefeito ainda lembrou do ex-presidente da Câmara, Milton Leite (União), embora tenha se referido a ele como alguém “difícil de lidar”. Ambos tiveram momentos de parceria e embates até o fim, quando Nunes queria Ricardo Teixeira (União) como presidente da Câmara e Leite tentava emplacar seu afilhado político Silvão Leite.