Tim Maia, Madruga e Magal: conheça os parceiros de Morcegão no crime
25São Paulo — No início da madrugada de 5 de novembro de 2015, Nivaldo Crispim, o Vadão, e Paulo Henrique Vanucchi, o Schumacher, foram presos por associação ao tráfico de drogas, quando trafegavam de carro pela região de Iracemápolis, no interior de São Paulo.
Uma investigação da Polícia Civil, iniciada pouco antes das detenções, descobriu que eles compunham uma célula do Primeiro Comando da Capital (PCC) responsável por homicídios e pelo tráfico de drogas em Limeira. O domínio do tráfico na cidade do interior paulista, segundo a polícia, estaria nas mãos de Rogério Faria da Silva, o Morcegão.
Ele foi preso, na quinta-feira (26/12), em cumprimento a um mandado de prisão, após desembarcar de um cruzeiro em Santos, no litoral paulista.
Antes disso, Morcegão atuava no crime organizado, tendo como parceiros criminosos como Thiago da Silva Ferreira, o Tim Maia, Sidney Kauan, o Magal, Jefferson Batista, o Madruga, além de Schumacher e Vadão. A lista de comparsas é vasta, com dezenas de outros nomes.
Como mostrado pelo Metrópoles, Morcegão estava nas ruas porque teve um pedido de prisão, solicitado pela polícia em agosto do ano passado, negado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).
“Tem cara que morre por 10 centavos”
Interceptações telefônicas, feitas pela Polícia Civil com autorização judicial, mostram parte dos bastidores do núcleo de Morcegão, em 2015. Nas conversas, os criminosos falam sobre a compra e a venda de drogas, além de cobranças e punições de pessoas submetidas a “tribunais do crime”.
Em 2 de outubro daquele ano, Vadão e Schumacher conversam sobre uma suposta infração e as consequências que ela poderia acarretar.
“PCC é brabo mesmo. Nóis é brabo [sic]. A gente tem que entender que o comando [facção] fala assim: ‘Tem cara que não morre por 10 milhões [de reais], tem cara que morre por 10 centavos’.”
Exatamente um mês depois, Vadão comenta com a filha que “tá [sic] com um frango [vítima] amarrado. Esse vai [morrer], estou eu, o Neguinho e os irmãos de Hortolândia [interior paulista]”
No dia seguinte, em 3 de novembro, Vadão, Neguinho e Índio, ou ainda Apache, falam sobre montar um “bonde” — viabilizar o transporte dos criminosos — para “concluir a missão”.
“Pede para o Cabeludo lá para arrumar aquela grandona, a matraquinha [metralhadora]”.
As conversas, de acordo com denúncia do Ministério Público de São Paulo (MPSP), revelam “planos de prática de homicídio”, incluindo o de uma pessoa “sequestrada”.
Por meio das conversas, a polícia também soube que Vadão e Shumacher iriam para Rio Claro, no interior, para negociar drogas. Por conta desse diálogo, a dupla foi presa, trafegando na rodovia de Iracemápolis.
Todos os criminosos, incluindo Morcegão, foram denunciados pelo MPSP, na ocasião, por associação criminosa. A defesa deles não foi encontrada. O espaço segue aberto para manifestações.
Prisão em Santos
Morcegão foi preso, ao desembarcar de um cruzeiro em Santos, litoral paulista, na quinta-feira (26/12). Ele é apontado pela Polícia Civil como “torre” do PCC em Limeira, interior do estado. Ou seja, ele é o responsável pela coordenação das ações marginais da organização criminosa naquela região.
Ainda na quinta, Robinho, gerente de Morcegão, também foi preso por meio do cumprimento de um mandado de prisão temporária, em um imóvel no qual havia grande quantidade de cocaína. No local, os policiais ainda prenderam um homem que ajudava a distribuir a droga, por meio de uma caminhonete.
Ainda na quinta, 10 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Limeira. Em um dos endereços, a polícia localizou mais de 400 tijolos de cocaína, dinheiro, máquina de contar cédulas, veículos e celulares.