Plano de golpe: veja o que diz a defesa dos indiciados

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A Polícia Federal (PF) indiciou, nesta quinta-feira (21), 37 pessoas — incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) — no inquérito que investiga tentativa de golpe de Estado no Brasil após o resultado da eleição presidencial de 2022, em que Bolsonaro saiu derrotado.

O inquérito concluído abrange o envolvimento nos atos de 8 de janeiro, tramas golpistas durante as eleições presidenciais de 2022, bem como o plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

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Os 37 foram indiciados pelos crimes de:

abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
golpe de Estado;
e organização criminosa.

A CNN tenta contato com a defesa de todos os indiciados. Veja abaixo quem se manifestou:

Jair Bolsonaro

Nas redes sociais, Bolsonaro criticou Moraes, relator do caso na Corte. “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, disse o ex-mandatário em publicação no X.

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, acrescentou.

Filipe Martins

“Vemos a notícia do indiciamento de Filipe Martins com naturalidade. A PF precisava justificar o que fez; levando um inocente à prisão. Não conseguirá! Temos as provas!”, diz nota divulgada pelos advogados de Filipe Martins, ex-assessor da Presidência durante o governo Bolsonaro.

Walter Braga Netto

“A defesa jurídica do General Walter Souza Braga Netto inicialmente destaca e repudia a forma com que as informações de inquéritos são difundidas “em primeira mão” para alguns veículos de imprensa e não para os diretamente interessados”, diz comunicado da defesa do ex-ministro Walter Braga Netto.

José Eduardo de Oliveira e Silva

“Menos de 7 dias depois de dar depoimento à Polícia Federal o meu cliente vê seu nome estampado pela Polícia Federal como um dos indiciados pelos investigadores. Os mesmos investigadores que não se furtaram em romper a lei e tratado internacional ao vasculhar conversas e direções espirituais realizadas pelo padre os possuem garantia de sigilo”, começa a nota divulgada pela defesa do padre José Eduardo.

“Quem deu autorização à Polícia Federal de romper o sigilo das investigações? Até onde eu sei o Ministro Alexandre de Moraes decretou sigilo absoluto. Não há qualquer decisão do magistrado até o momento rompendo tal determinação”, continua.

“A nota da Polícia Federal com a lista de indiciados é mais um abuso realizado pelos responsáveis da investigação e, tendo publicado no site oficial do órgão policial, contamina toda instituição e a torna responsável pela quebra da determinação do Ministro de sigilo absoluto”, finaliza.

Marcelo Costa Câmara e Tércio Arnaud Tomaz

Representados pelo mesmo advogado, a defesa do coronel Marcelo Costa Câmara e de Tércio Arnaud Tomaz afirma que “discorda veementemente do indiciamento, pois entende que ele não se sustenta diante da ausência de qualquer elemento concreto” que vincule ambos às condutas investigadas. Os dois são ex-assessores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Confiamos que o representante do Ministério Público, em sua atuação isenta, técnica e guiada pela busca da verdade, reconhecerá a necessidade de diligências complementares para esclarecer integralmente os fatos, o que evitará a propositura de denúncia baseada em elementos insuficientes ou especulativos”, afirma a defesa.

Os advogados também reafirmam o “compromisso com a verdade e com o pleno respeito ao devido processo legal” e a afirmam acreditar que a inocência de Marcelo Costa Câmara e Tércio Arnaud será “devidamente reconhecida”.

Ronald Ferreira de Araujo Junior

“Embora o relatório final da investigação, ao que se sabe, ainda não tenha sido enviado ao Supremo Tribunal Federal, e tampouco tenha sido oferecida denúncia pela Procuradoria-Geral da República, o indiciamento de Ronald Ferreira de Araújo Júnior não condiz, a toda evidência, com a realidade dos fatos”, afirmam os advogados.

“Militar por vocação, Ronald não participou, a qualquer título, dos supostos crimes investigados, tampouco concorreu, intelectual ou materialmente, para a prática de qualquer conduta voltada à subversão da ordem jurídica do país que sempre procurou dignificar por meio da farda”, destacam.

A defesa afirma ainda confiar na “análise que será realizada pelo Ministério Público Federal e aguarda o acesso ao relatório da PF para maiores esclarecimentos”.

Veja abaixo a lista completa de indiciados

Ailton Gonçalves Moraes Barros
Alexandre Castilho Bitencourt da Silva
Alexandre Rodrigues Ramagem
Almir Garnier Santos
Amauri Feres Saad
Anderson Gustavo Torres
Anderson Lima de Moura
Angelo Martins Denicoli
Augusto Heleno Ribeiro Pereira
Bernardo Romao Correa Netto
Carlos Cesar Moretzsohn Rocha
Carlos Giovani Delevati Pasini
Cleverson Ney Magalhães
Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira
Fabrício Moreira de Bastos
Filipe Garcia Martins
Fernando Cerimedo
Giancarlo Gomes Rodrigues
Guilherme Marques de Almeida
Hélio Ferreira Lima
Jair Messias Bolsonaro
José Eduardo de Oliveira e Silva
Laercio Vergilio
Marcelo Bormevet
Marcelo Costa Câmara
Mario Fernandes
Mauro Cesar Barbosa Cid
Nilton Diniz Rodrigues
Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho
Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira
Rafael Martins de Oliveira
Ronald Ferreira de Araujo Junior
Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros
Tércio Arnaud Tomaz
Valdemar Costa Neto
Walter Souza Braga Netto
Wladimir Matos Soares

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Este conteúdo foi originalmente publicado em Plano de golpe: veja o que diz a defesa dos indiciados no site CNN Brasil.

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