Planalto vê Elmar e Brito enfraquecidos após ascensão de Hugo Motta

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Ministros do Palácio do Planalto avaliam que a ascensão do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) no jogo da sucessão na Câmara enfraquece outros dois candidatos até então considerados fortes na disputa: Elmar Nascimento (União Brasil-BA) e Antonio Brito (PSD-BA).

O nome de Motta já era citado como possível candidato à sucessão de Arthur Lira (PP-AL). O parlamentar, porém, só entrou de fato no jogo nessa terça-feira (3/9), após o deputado Marcos Pereira (SP), presidente do Republicanos, desistir da disputa e anunciar apoio ao correligionário paraibano.

Pereira anunciou sua desistência e apoio a Motta primeiro a Lula. O petista recebeu o dirigente no Palácio do Planalto no final da tarde de terça. O ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, que é filiado ao Republicanos, acompanhou a conversa. Depois, Pereira avisou Lira.

Motta é visto no Planalto como um parlamentar com maior capacidade de aglutinar apoios na disputa pelo comando da Câmara. O deputado tem boa relação com a esquerda e com integrantes da direita — ele é muito próximo, por exemplo, de Ciro Nogueira, presidente do PP e ex-ministro de Jair Bolsonaro.

Entre Brito e Elmar, auxiliares de Lula avaliam que o deputado do PSD é quem mais sai mais enfraquecido após a reviravolta no Republicanos. Na manhã de terça, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, chegou a se reunir com Lula no Planalto, mas rejeitou uma possível desistência de Brito.

Elmar vai querer “negociar caro”

Até a manhã desta quarta-feira (4/9), tanto Brito quanto Elmar mantinham suas pré-candidaturas. Na avaliação de um influente ministro de Lula que acompanha o tema, o candidato do União Brasil certamente “vai querer negociar caro” sua eventual desistência da disputa.

Integrantes do Planalto negam, contudo, que o governo vá negociar um ministério para Elmar. “O que cabia ao governo era apoiar a construção do Marcos Pereira e agora do Hugo. Retirada do Elmar cabe ao Lira e à Câmara. Retirada do Brito também”, disse um ministro de Lula, sob reserva.

Uma das possibilidades aventadas são eventuais vagas no Tribunal de Contas da União (TCU), casos os ministros Augusto Nardes e Aroldo Cedraz antecipem suas aposentadorias. As vagas dos dois magistrados são de indicação da Câmara e poderiam entrar na negociação pela sucessão de Lira.

 

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