Planalto descarta novas mudanças na cúpula da Abin

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Após uma série mudanças na cúpula da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o Palácio do Planalto descarta novas substituições no órgão e considera as trocas na estrutura de comando como um assunto “pacificado”.

Segundo interlocutores diretos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o chefe do Executivo não considera fazer mudanças na agência e tem garantido a manutenção de Luiz Fernando Corrêa à frente da Abin.

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Com a operação deflagrada pela Polícia Federal (PF) na semana passada, Corrêa passou a sofrer pressões oriundas da própria corporação e de servidores da Abin.

De acordo com assessores palacianos, porém, quando o atual diretor-geral do órgão conseguiu emplacar Marco Aurélio Cepik como número dois da agência, Lula deu a ele um “sinal de confiança”.

Apesar disso, dizem esses assessores, o presidente demonstrou interesse em acompanhar o trabalho da Abin de uma forma mais “próxima” e evitar um “clima de desconfiança” dentro do órgão.

Entenda

Na semana passada, uma operação da PF revelou uma suposta espionagem ilegal realizada pela Abin durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A repercussão do caso levou à queda de Alessandro Moretti, que era número dois da agência. Além disso, o governo também mudou o comando de outras sete diretorias do órgão.

Segundo as investigações, a agência monitorou ilegalmente uma série de autoridades e pessoas envolvidas em investigações, além de desafetos do ex-presidente.

Na investigação, a PF cita um possível conluio entre investigados na operação e a atual gestão da Abin.

Os monitoramentos, segundo as investigações, envolviam o uso do software “First Mile”, ferramenta de geolocalização que permite identificar as movimentações de pessoas por meio dos celulares delas.

O software é capaz de detectar um indivíduo com base na localização de aparelhos que usam as redes 2G, 3G e 4G. Para encontrar o alvo, basta digitar o número do seu contato telefônico no programa e acompanhar em um mapa a última posição.

O uso indevido da Abin teria ocorrido quando o órgão era chefiado pelo deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), aliado da família Bolsonaro. O parlamentar foi alvo de operação da PF. Ele nega participação em qualquer prática de espionagem ilegal.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Planalto descarta novas mudanças na cúpula da Abin no site CNN Brasil.

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