Piloto consultou torre sobre clima na véspera de acidente em Ubatuba

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São Paulo — O piloto do avião de pequeno porte que ultrapassou a pista e explodiu na praia do Cruzeiro, em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo, nessa quinta-feira (9/1), consultou a torre do aeroporto da cidade litorânea no dia anterior e pediu informações sobre as condições sobre o clima na região.

“[O piloto] estava ciente das condições do tempo”, afirmou a delegada Ana Carolina Pereira de Oliveira, titular do Distrito Policial da cidade. Em nota, a Rede Voa, concessionária do Aeroporto Estadual de Ubatuba Gastão Madeira, informou que as condições meteorológicas na cidade eram “degradadas, com chuva e pista molhada”.

Ainda segundo a delegada, o jatinho da fabricante norte-americana Cessna Aircraft, modelo Citation 525. tinha o plano de voo autorizado.

A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) construiu barreiras com espumas na área onde a aeronave caiu para evitar que o combustível se alastre pela água e areia da praia — e provoque danos ambientais na região.

Das cinco pessoas a bordo, o piloto Paulo Seghetto morreu e os quatro passageiros, sendo duas crianças, ficaram feridos. Outras três pessoas foram feridas na pista de skate ao lado do local onde o jatinho se acidentou, totalizando oito vítimas. Os quatro ocupantes da aeronave socorridos com vida foram encaminhados à Santa Casa da cidade.

Investigação conjunta

A investigação sobre o acidente aéreo é realizada em conjunto entre a Polícia Civil, o Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa 4) e a Polícia Federal (PF). Duas perícias já foram realizadas e foram retirados dos destroços as bagagens dos ocupantes e documentações da aeronave. O diário de bordo do piloto também foi recolhido e será objeto de análise.

Segundo o site oficial da Cessna, o avião, de matrícula PR-GFS, é “perfeito para uso corporativo, fretamento ou particular”. A aeronave tinha capacidade para 7 passageiros e dois tripulantes. O avião tinha autorização para voar sem o copiloto, conforme confirmou a Polícia Civil.

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Avião ultrapassou a pista e explodiu em praia de Ubatuba

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O avião é equipado com dois motores jato/turbo

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Avião é um jatinho da fabricante estadunidense Cessna, modelo Citation 525

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A aeronave tinha capacidade para 7 passageiros e dois tripulantes

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De acordo com o Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB) da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o avião é equipado com dois motores jato/turbo e tem peso máximo de decolagem 4.853 kg. A sua situação de aeronavegabilidade era normal.

O avião saiu do Aeroporto Municipal de Mineiros, em Goiás. Vale destacar que o seu alcance máximo era de 2.871 km, uma distância maior que o dobro do trajeto entre o aeroporto de Mineiros até Ubatuba.

Ainda no site oficial da fabricante, consta que o jatinho tem velocidade máxima de 404 ktas (velocidade real do ar), ou 748,2 km/h, e altitude máxima de 41.000 pés, ou 12.497 metros. As dimensões da aeronave eram de 13 m (comprimento) por 4,2 m (altura), com envergadura de 14,39 m.

A Cesnna destaca que o modelo da aeronave é “perfeitamente adequado para um único piloto”.

Na manhã desta quinta, a Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros, a Defesa Civil, a Guarda Civil Municipal e a Secretaria da Segurança do município se deslocaram até onde o avião se acidentou.

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão do Comando da Aeronáutica e vinculado à Força Aérea Brasileira (FAB), foi acionado para investigar as causas do acidente.

Nas redes sociais, internautas compartilham imagens do acidente. Pelos registros, é possível ver muita fumaça e a aeronave destruída.

Quem era o piloto

Paulo Seghetto é natural de Goiânia, em Goiás. Ele trabalhou durante pouco mais de 3 anos na empresa Voepass Linhas Aéreas, antiga Passaredo. Na empresa, ele foi first officer da ERJ-145 e depois copiloto do modelo ATR-72. Segundo o perfil no Facebook, o goiano estudou na escola Thomas Alberto Whatelly.

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Piloto que morreu em explosão de avião em Ubatuba

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O piloto foi identificado como Paulo Seghetto

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Paulo pilotava a aeronave que saiu de Mineiros (GO) e caiu em Ubatuba (SP)

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O piloto nasceu em Goiânia (GO)

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Ele ficou preso nas ferragens do avião, foi retirado, reanimado e não resistiu aos ferimentos.

Quem eram os passageiros

Os quatro passageiros do avião eram da família do produtor rural Nelvo Fries, de acordo com informações de integrantes da empresa dele, a Agrícola Fries.

Entre os ocupantes da aeronave estavam a empresária Mireylle Fries, que é sócia da aeronave, seu marido e dois filhos. O piloto, identificado como Paulo Seghetto, morreu no acidente.

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Mireylle Fries e a família estavam em avião que explodiu em Ubatuba

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Mireylle Fries e a família estavam em avião que explodiu em Ubatuba

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Mireylle Fries e a família estavam em avião que explodiu em Ubatuba

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Mireylle Fries e a família estavam em avião que explodiu em Ubatuba

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Paulo pilotava a aeronave que saiu de Mineiros (GO) e caiu em Ubatuba (SP)

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Piloto que morreu em explosão de avião em Ubatuba, identificado como Paulo Seghetto

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Bombeiros e SAMU socorrem vítimas em Ubatuba após queda de aeronave

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Bombeiros e SAMU socorrem vítimas em Ubatuba após queda de aeronave

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Bombeiros e SAMU socorrem vítimas em Ubatuba após queda de aeronave

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Imagens aéreas de queda de avião em Ubatuba

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Imagens aéreas de queda de avião em Ubatuba, litoral de SP

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Imagens aéreas de queda de avião em Ubatuba, litoral de SP

Francisco Trevisan/Defesa Civil

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Imagens aéreas de queda de avião em Ubatuba, litoral de SP

Francisco Trevisan/Defesa Civil

Mireylle e sua família foram levadas para a Santa Casa de Ubatuba.

Fries é dono de propriedades rurais em Goiás. Os dados da aeronave, de modelo Cessna Citation 525 CJ1 e prefixo PR-GFS, atestam que ele detém 33,3% da cota do avião, seguido por outros integrantes da família, como Celso Fries (33,3%) e Maria Gertrudes Fries (16,6%).

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