Navio de US$ 15 milhões da Marinha aguarda reparo na Europa há 2 meses

Veleiro da Marinha do Brasil, o navio Cisne Branco aguarda reparos no Porto de Lisboa há mais de 2 meses. A embarcação, uma das mais tradicionais da frota brasileira, atracou em Portugal no dia 11 de junho apresentando uma avaria grave que reduziu sua capacidade de manobras. O Cisne Branco foi contruído na Holanda e custou 15 milhões de dólares à Marinha.
A viagem a Portugal fazia parte da “Comissão Europa 2024”, que reúne eventos náuticos como o Tall Ship Races, Delf Sail e o Hanse Sail e se estende por oito meses. Nesse período, o Cisne Branco representaria a Marinha brasileira em 23 portos de 13 países. A previsão era que fossem percorridas 18,3 mil milhas náuticas (33,9 quilômetros) em 144 dias de mar.
A programação, porém, foi interrompida por um defeito apresentado no chamado “bow-thruster”, conhecido como propulsor lateral de proa, durante o trajeto para Lisboa. O equipamento auxilia o navio nas manobras de atracagem e desatracagem.
De acordo com informações obtidas pela coluna junto ao Porto de Lisboa, a previsão é de que o Cisne Negro permaneça atracado pelo menos até o dia 15 de setembro, mais de 3 meses após sua chegada.
Na quarta-feira (28/8), a Marinha do Brasil oficializou, no Diário Oficial da União, a contratação da empresa Black Bull Logistics S.L. para prestação de “serviços de apoio portuário” durante sua permanência em Portugal, atendendo às necessidades logísticas do Cisne Branco. A contratação vai custar 73,7 mil euros, cerca de R$ 452 mil na cotação atual.
O Cisne Branco foi incorporado à armada em 2000 para as comemorações dos 500 anos do Descobrimento do Brasil. O navio é uma réplica das galeras do século XIX, tem 76 metros de comprimento, 25 velas e viaja a 11 nós. Com uma tripulação de 9 oficiais, 41 marinheiros e 31 aprendizes, a embarcação tem funções diplomáticas, representando a Marinha e o Brasil em eventos náuticos nacionais e internacionais.
Acidente
Em 2021, o Cisne Brano se envolveu em um acidente no Equador. A embarcação se chocou contra uma ponte de pedestres quando passava pelo país depois de participar das comemorações dos 200 anos da Marinha de Guerra do Peru. Na ocasião, o Cisne Branco sofreu avarias nos mastros e as peças tiveram que ser importadas devido às singularidades do navio.
A coluna tentou contato com a Marinha e o Ministério da Defesa para esclarecimentos sobre a previsão de conserto da embarcação e retorno ao Brasil, além dos custos do reparo, mas não obteve resposta. O espaço segue aberto.