Estudo indica alimentos que podem atrasar avanço do câncer de próstata
Um estudo feito na Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) mostra evidências de que mudanças simples na dieta, com a inclusão de três alimentos, podem retardar o crescimento do câncer de próstata em estágio inicial.
De acordo com os pesquisadores, dietas ricas em peixes, nozes e azeite de oliva ajudam a atrasar o crescimento de células de câncer de próstata para pacientes sob vigilância ativa, podendo prolongar o tempo até que um tratamento mais agressivo seja necessário. A descoberta foi publicada no Journal of Clinical Oncology na sexta (13/12).
“Este é um passo importante para entender como a dieta pode potencialmente influenciar os resultados do câncer de próstata. Nossas descobertas sugerem que algo tão simples quanto ajustar sua dieta pode potencialmente retardar o crescimento do câncer e estender o tempo até que intervenções mais agressivas sejam necessárias”, afirma o professor William Aronson, primeiro autor do estudo, em comunicado à imprensa.
Alimentação e câncer de próstata
O estudo da UCLA envolveu 100 homens com baixo risco ou risco intermediário de câncer de próstata que optaram por fazer a vigilância ativa da doença.
Os voluntários foram separados em dois grupos. O primeiro deveria seguir a dieta normal e o segundo, uma alimentação com baixo teor de ômega-6 e alto teor de ômega-3, suplementada com cápsulas de óleo de peixe, ao longo de um ano.
O segundo grupo também recebeu orientações nutricionais, com conselhos sobre substituições mais saudáveis e com menos gorduras. Entre os conselhos, estavam: consumir mais peixes e nozes; utilizar azeite de oliva ou limão e vinagre para temperar a salada; e reduzir a ingestão de alimentos com alto teor de ômega-6, como salgadinhos, biscoitos, maionese e outros alimentos fritos ou processados.
O ômega-6 é uma gordura saudável encontrada em alimentos, como nozes, óleo de soja ou sementes, que possui ação anti-inflamatória, diminuindo os níveis de colesterol “ruim”, o LDL. Mas quando consumido em excesso, a substância intensifica processos inflamatórios.
Ao final dos 12 meses do experimento, o grupo que seguiu uma dieta pobre em ômega-6, mas rica em ômega-3 e óleo de peixe teve uma redução de 15% do índice Ki-67, um biomarcador que indica a rapidez com que as células cancerígenas se multiplicam. No grupo controle, o índice Ki-67 teve um aumento de 24%.
As descobertas mostram que uma dieta pobre em ômega-6, mas rica em ácidos graxos ômega-3, combinada com suplementos de óleo de peixe, reduziu significativamente a taxa de crescimento de células de câncer de próstata em homens com doença em estágio inicial.
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