Deputado aciona Ministério Público contra MTST após post com foto de Jesus crucificado
O deputado estadual paulista Danilo Balas (PL) acionou o Ministério Público de São Paulo contra o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) por intolerância religiosa.
Na Sexta-feira Santa (29), o MTST publicou no X (antigo Twitter) uma foto de Jesus Cristo crucificado e observado por três soldados romanos com a frase atribuída a um deles: “Bandido bom é bandido morto”.
No sábado (30), Danilo Balas protocolou no MP-SP a denúncia contra o MTST solicitando apurações de supostos crimes de incitação ao preconceito religiosos. O deputado também pediu a abertura de inquérito para a identificação do responsável pela publicação. Veja abaixo o post do MTST:
Boa Sexta-feira Santa! pic.twitter.com/Uf9Q69xqqt
— MTST (@mtst) March 29, 2024
O parlamentar afirmou que comparar os cristãos aos executores de Cristo ofende de forma significativa e desrespeita milhões de cristãos no Brasil e no mundo. Disse ainda que a publicação representa uma afronta a um dos símbolos mais sagrados do cristianismo, que simboliza sacrifício, amor e redenção.
“Não nos calaremos diante de ataques à nossa fé e à liberdade religiosa. Não devemos admitir a intolerância religiosa e o preconceito contra cristãos. Isso é totalmente inadmissível,” declarou Balas.
O integrante do PL na Assembleia Legislativa de São Paulo solicitou investigação e possível interdição da publicação. O parlamentar ressaltou que a publicação da imagem, em plena Sexta-feira Santa, buscava chocar o público cristão e escarnecer sua fé, bem como tachar os cristãos de defensores da tortura e da execução sumária.
O Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto, diante da polêmica, voltou a publicar horas depois no X um segundo post que diz: “A falta de interpretação da imagem e da mensagem é de se impressionar”.
Em seguida reproduziu trechos da leitura de Lucas, capítulo, 23, da Bíblia, em que o governador romano Pôncio Pilatos, responsável por julgar Jesus Cristo, diz ao povo que não há provas para levá-lo à morte, mas, diante do clamor público, Jesus foi condenado e crucificado. No lugar dele, Barrabás foi liberto, após ser preso por assassinato e incitação de motim.
A expressão “bandido bom é bandido morto”, usada no post, é comumente usada por espectros da direita favoráveis à pena de morte, punição que não existe na legislação brasileira.
Embate Boulos e Nunes
O post do MTST motivou críticas entre os dois pré-candidatos que lideram a corrida à Prefeitura de São Paulo.
O prefeito Ricardo Nunes postou que a imagem do MTST “é de cortar o coração, um sacrilégio”. Já o deputado Guilherme Boulos (PSOL), que militou por 20 anos no MTST e chegou a ser coordenador do movimento, classificou as críticas de Nunes como “terrorismo moral”.
Na sexta-feira Santa, ver uma postagem dessas é de cortar o coração. Um sacrilégio. Essa turma do Boulos só ataca a tudo e a todos. Estou indignado. pic.twitter.com/RgjlIdmy2k
— Ricardo Nunes (@ricardo_nunessp) March 29, 2024
“Ricardo Nunes tirou a Sexta-feira Santa para distorcer o post de um movimento social e criar terrorismo moral”. “Isso mostra que sua aliança com o bolsonarismo não é apenas eleitoral. É de princípio e de método”, afirmou Boulos.
Ricardo Nunes tirou a Sexta-feira Santa para distorcer o post de um movimento social e criar terrorismo moral. Isso mostra que sua aliança com o bolsonarismo não é apenas eleitoral. É de princípio e de método. Sem contar que sua trajetória pessoal e política está longe de ser a…
— Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) March 30, 2024
(Publicado por Lucas Schroeder, da CNN, em São Paulo)
Este conteúdo foi originalmente publicado em Deputado aciona Ministério Público contra MTST após post com foto de Jesus crucificado no site CNN Brasil.