Biden admite que não teve “ótimo debate” e cita mentiras de Trump

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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, respondeu no sábado (29/6) editorais da imprensa americana que pediram que ele não dispute a reeleição. Ele admitiu que não teve “ uma ótima noite”, mas ponderou que os mesmos jornais que o criticaram também apontaram mentiras de seu oponente, Donald Trump.

Na noite da última sexta-feira (28/6), os jornais americanos The New York Times, The Wall Street Journal e Financial Times e a revista The Economist pediram que o democrata desista da candidatura à reeleição em prol de outro nome do partido.

As publicações mostraram preocupação com uma possível vitória de Trump, que já presidiu o país entre 2016 e 2020, e veem riscos à democracia num possível retorno do ex-presidente.

A The Economist, por exemplo, disse que, depois de uma vida inteira no serviço público, Joe Biden, que hoje tem 81 anos, não deveria tentar a reeleição como presidente.

“Entendo a preocupação com o debate. Entendo. Não tive uma ótima noite. Mas aqui está o que eu não fui noticiado: os eleitores tiveram uma reação diferente da dos especialistas. Desde o debate, as pesquisas mostram um pequeno movimento e, na verdade, subimos”, disse Biden. Em seguida, ele afirmou que sua campanha converteu mais eleitores indecisos do que Trump. Ele deu as declarações em um evento fechado à imprensa no sábado e a íntegra do discurso só foi divulgada pela Casa Branca neste domingo (30/6).

“Aliás, o [The New York] Times teve seu editorial. Bem, adivinhe? Eles também apontaram que ele mentiu 28 vezes em questão de 90 minutos. Isso é muito bom. Isso é muito bom”, afirmou, entre risos, e citou algumas das mentiras proferidas pelo adversário. Em seguida, completou: “A questão é que não tive uma ótima noite, mas Trump também não”.

Biden ainda salientou que sua campanha já angariou US$ 27 milhões e está “no caminho certo”. “Eu não estaria concorrendo novamente se não acreditasse de todo o coração e alma que posso fazer este trabalho. Sei que não ando tão bem como antes, não falo tão bem como antes, não debato tão bem como antes. Mas eis o que também sei: sei dizer a verdade. Eu sei [diferenciar] o certo do errado. Eu sei como fazer esse trabalho”.

Por fim, Biden chamou Trump de “ameaça genuína” para os EUA. “Isso não é uma hipérbole. Ele é uma ameaça à nossa liberdade. Ele é uma ameaça à nossa democracia. Ele é literalmente uma ameaça à América que defendemos”.

Oficialização do candidato democrata

A escolha oficial do candidato que representará os democratas acontece – na prática – após a convenção partidária, que começa no próximo dia 19 de agosto.

O atual presidente dos Estados Unidos elegeu o maior número de delegados – por volta de 3,9 mil dos cerca de 4 mil – durante as prévias, que juraram lealdade a Biden. Eles serão os responsáveis por indicar, durante a convenção do partido, o nome escolhido pelos democratas para a disputa presidencial.

Uma possível substituição, na teoria, só poderia acontecer caso Joe Biden desistisse de disputar o pleito. Neste cenário, os delegados precisariam indicar um outro nome para representar o partido no pleito.

Apesar de reiterar apoio publicamente a Biden nas eleições de novembro, o desempenho do democrata no debate de quinta-feira (27/6) causou preocupação em alas do Partido Democrata.

Saúde de Biden

Muito mais do que propostas políticas ou frases polêmicas, a performance de Joe Biden durante o primeiro debate presidencial das eleições deste ano foi o ponto mais discutido por analistas e a mídia dos Estados Unidos.

Em vários momentos, o atual chefe do Executivo surgiu com um olhar perdido em meio as acusações de Donald Trump e não conseguiu completar linhas de raciocínio durante algumas de suas falas. O republicano é apenas três anos mais novo que Biden, mas tem se apresentado mais enérgico que o oponente.

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