Brasília Ambiental e ONG Jaguaracambé realizam expedições para monitoramento de mamíferos silvestres no DF
No mês de abril, o Instituto Brasília Ambiental, em parceria com a ONG Associação para a Conservação da Biodiversidade Jaguaracambé, realizou expedição na Área de Proteção Ambiental (APA) Cafuringa, com foco na capturas de carnívoros para monitoramento de médios e grandes mamíferos. A ação fez parte de uma série de expedições que ocorrerão nas áreas de preservação ambiental, como na Estação Ecológica de Águas Emendadas (Esecae), de 5 a 14 de maio, e no Parque Nacional de Brasília, entre os dias 30 de maio e 8 de junho.
Espécies emblemáticas do Cerrado como lobo-guará, jaguatirica, raposinha-do-campo, gato-do-mato e cachorro-do-mato estão entre os alvos do monitoramento, que visa coletar amostras biológicas, como sangue, para análise laboratorial e identificação de possíveis patógenos.
Espécies emblemáticas do Cerrado como lobo-guará, jaguatirica, raposinha-do-campo, gato-do-mato e cachorro-do-mato estão entre os alvos do monitoramento | Foto: Divulgação/Brasília Ambiental
Preservar essas espécies é uma tarefa árdua que depende, entre outras coisas, de mapear e entender o comportamento dos animais. Foi com esse intuito que nasceu o Projeto de Monitoramento de Médios e Grandes Mamíferos Silvestres, uma iniciativa do Instituto Brasília Ambiental que completa 10 anos em 2024.
O projeto é responsável por reunir dados estratégicos que ajudam a subsidiar políticas públicas de proteção à biodiversidade no Distrito Federal. “Essa é uma ação essencial para conhecermos o estado de saúde dos animais silvestres do nosso território. O Brasília Ambiental participa diretamente das expedições e da coleta dos dados, que serão fundamentais para futuras estratégias de conservação”, explica a agente de Unidade de Conservação do Instituto, Marina Motta de Carvalho.
Segundo a presidente da ONG Jaguaracambé, Ana Paula Nunes de Quadros, o trabalho de monitoramento de fauna é realizado de forma contínua e os dados obtidos nesse processo são essenciais para a execução do projeto de avaliação sanitária de carnívoros selvagens. “Temos como missão colher amostras biológicas para a pesquisa de agentes causadores de doenças. Os animais são capturados, monitorados clinicamente e depois liberados no mesmo local, logo após a obtenção das amostras, que são direcionadas imediatamente ao laboratório para processamento e pesquisa. Trabalhos como este são extremamente relevantes para a formulação de estratégias eficientes de conservação de fauna”, destaca.
Cooperação Técnica – A iniciativa faz parte de um Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o Brasília Ambiental e a ONG Jaguaracambé em fevereiro de 2024, com vigência de três anos. O acordo prevê o intercâmbio científico, educacional e técnico voltado à pesquisa de monitoramento, manejo e avaliação sanitária de espécies silvestres e exóticas, tanto no Distrito Federal quanto na Região Integrada de Desenvolvimento do DF e Entorno (Ride).
Preservação – Segundo a Gerência de Fauna Silvestre (Gefau), os mamíferos de médio e grande porte são espécies bioindicadoras, ou seja, são capazes de revelar o grau de preservação dos ecossistemas em que vivem. A análise do estado de saúde desses animais e sua presença nas Unidades de Conservação oferecem subsídios para políticas públicas ambientais, especialmente no combate a doenças, conservação de habitats e biodiversidade.
A vice-governadora do DF, Celina Leão, parabenizou as equipes envolvidas na iniciativa e ressaltou que ela vai ao encontro da política de parcerias com a sociedade civil. “Nosso governo trabalha para a sociedade e com a sociedade, quanto mais ela se envolve, participa, opina, constrói junto com a gente o Distrito Federal que queremos, no qual as políticas ambientais são fortalecidas”, disse.
O presidente do Instituto Brasília Ambiental, Rôney Nemer, destacou a relevância do projeto para o fortalecimento das políticas públicas ambientais no Distrito Federal. “Esse trabalho é um exemplo de como a ciência e a gestão ambiental podem caminhar juntas. Monitorar a saúde da fauna é uma estratégia essencial para preservar nossos biomas e antecipar riscos sanitários, além de mostrar o comprometimento do GDF com a proteção da biodiversidade”, afirma Nemer.
*Com informações do Instituto Brasília Ambiental