Defesa de membros da Mancha foragidos diz não ter acesso a inquérito
São Paulo — Os advogados Gilberto Quintanilha Pucci e Luiz Ferreti Junior, que representam 4 dos 6 integrantes da Mancha Alvi Verde foragidos por suspeita de envolvimento na emboscada que matou um torcedor do Cruzeiro e deixou outros 11 feridos na Rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, na Grande São Paulo, no dia 27 de outubro, disseram que ainda não tiveram acesso à investigação contra os clientes.
“A defesa até o momento não possui acesso ao inquérito, tampouco ao resultado das diligências. A imprensa possui mais informações que a própria defesa constituída, mesmo o caso estando em segredo de Justiça, isso é uma afronta ao Estado de Direito e ampla defesa dos averiguados”, afirmaram em nota.
Entre os 6 foragidos, estão o presidente Jorge Luis Sampaio, de 43 anos, e o vice-presidente Felipe Mattos dos Santos, de 31.
Os outros foram identificados como Leandro Gomes dos Santos, Henrique Moreira Lelis, Aurélio Andrade de Lima e Nélio Ferreira da Silva. Os seis são alvo de mandados de prisão expedidos pela Justiça, que foram cumpridos na última sexta-feira (1º/11).
Também na última sexta, foi preso um integrante da Mancha Alvi Verde durante operação da Polícia Civil, o sétimo envolvido na emboscada.
Esse suspeito ainda não teve a identidade divulgada. Na casa dele, na Freguesia do Ó, zona norte da capital paulista, policiais encontraram roupas com marcas de sangue. Segundo fontes ouvidas pelo Metrópoles, a equipe de investigação negocia com os demais envolvidos que tiveram mandados de prisão expedidos para que todos se entreguem à polícia.
Barras de ferro
Vídeos divulgados na última quinta-feira (31/10) mostram membros da torcida organizada Mancha Alvi Verde com barras de ferro antes da emboscada que matou um torcedor do Cruzeiro e feriu outros 11.
No material é possível identificar Felipe Matos dos Santos, conhecido como “Fezinho”. Ele é vice-presidente da torcida organizada.
Veja:
“Mentor” da emboscada
Para a Polícia Civil de São Paulo, o presidente da Mancha Alvi Verde, Jorge Luiz Sampaio Santos, teria sido o mentor da emboscada na Grande São Paulo.
Na representação pela prisão dos integrantes da torcida organizada do Palmeiras, obtida pelo Metrópoles, o delegado César Antônio Saad, titular da Delegacia de Repressão e Análise aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade), afirma que Jorge “seria o mentor intelectual de toda a ação delituosa”.
Ainda segundo o delegado, a emboscada teria sido consequência de outro confronto entre a Mancha e a Máfia Azul, torcida organizada do Cruzeiro, em setembro de 2022 em Minas Gerais.